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DEZ
2016

Federação indica representante para Comissão Intersetorial de Saúde Suplementar no CNS

A diretoria da Federação Nacional dos Odontologistas (FNO) indicou, o Cirurgião-Dentista José Lacet Lima Junior, da base do Sindicato dos Odontologistas do Estado da Paraíba/PB, para representar a FNO na Comissão Intersetorial de Saúde Suplementar (CISS), do Conselho Nacional de Saúde (CNS). A Federação conquistou neste ano três vagas como membro titular nas comissões permanentes do CNS: na Comissão Intersetorial de Saúde Bucal (CISB); na Comissão de Saúde do Trabalhador (CIST) e na Comissão Intersetorial de Saúde Suplementar (CISS).

Graduado pela Universidade Federal da Paraíba, José Lacet Lima Junior é especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais pela APCD Bauru e possui Mestrado em Clínica Odontológica pela Universidade Potiguar. José Lacet Lima Junior é Cirurgião BMF do Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena e Coordenador do programa de Especialização em Cirurgia e Trauma Bucomaxilofaciais pelo convênio Sindodonto / Hospital de Trauma. José Lacet Lima Junior também é diretor de Educação e Cultura do Sindodonto/PB.

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1 – Faça uma leitura do atual cenário da Saúde Suplementar no Brasil, no âmbito da Odontologia?

O aumento da expectativa de vida no país atrela, de um modo geral, uma maior demanda por serviços de saúde. Com a lacuna deixada pelo SUS, deveria haver uma migração espontânea para os serviços privados, contudo com a atual crise, o fluxo de pacientes que perderam o acesso a saúde privada aumentou.

Na contramão desse fluxo, esse ano, registrou-se um aumento pela procura dos planos Odontológicos, pois são planos mais acessíveis, e oferecem tratamentos diferenciados. Consequentemente, notou-se um processo de “convenialização” da odontologia, exigindo dos profissionais uma verdadeira reinvenção do modo de gestão de seus consultórios

2 – Quais são os desafios como membro da Comissão Intersetorial de Saúde Suplementar?

Acredito que seja equacionar a tríade: implementação integral da tabela hierarquizada (CBHPO), a cumprimento da legislação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) pelas empresas e manter um canal de diálogo entre as empresas e as entidades de representação da Odontologia brasileira.
Com essa receita, poderemos manter a qualidade do atendimento aos pacientes, valorizar o profissional e garantir um retorno financeiro para as empresas. Resumindo, é atender igualitariamente os anseios das três partes que compõem esse mercado: paciente, profissional e plano.

3 – Quais são as prioridades de trabalho à frente da Comissão?

Infelizmente, as prioridades se confundem com os desafios, ou seja, não há o cumprimento do que pacientes e profissionais precisam: valorização do trabalho e qualidade dos serviços.
Temos que lutar para acabar com o quadro de insatisfação no meio odontológico. Estamos trabalhando para valorizar o trabalho do Cirurgião Dentista. Em um mercado onde só uma lado ganha, não há como ter qualidade e satisfação, o retorno virá quando houver uma atuação equânime.

4 – Quais são as propostas da Comissão para a gestão que segue?

Aplicação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Odontológicos (CBHPO) na íntegra; Cumprimento da legislação correta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Fim da exigência de CNPJ pelos planos de saúde, essa em particular, alija o dentista do mercado de trabalho, e favorece as empresas que exploram a terceirização do trabalho odontológico.

5 – De que forma o trabalho da Comissão pode contribuir, em curto prazo, na luta em defesa dos Cirurgiões-Dentistas?

Parafraseando nossa presidente: um Cirurgião-Dentista sem credenciamento, é um Dentista. Um credenciamento sem Cirurgião-Dentista, não existe.

Tenho como princípio estudar o que não conheço. Estou certo que cada Cirurgião-Dentista, tem que conhecer as ferramentas para não ser explorado, saber exigir seus direitos e ter ciência sobre quais entidades recorrer para ser defendido.

A atual gestão da Federação Nacional dos Odontologistas, que encontra-se com forte atuação na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), até pouco tempo, era algo não palpável. Podemos olhar nos olhos dos gestores de planos, agentes de normatização e fiscalização. Estamos onde as decisões que impactam a vida dos Cirurgiões Dentistas são tomadas, agora, é que ampliar nosso espaço e conquistar o que nos é de direito.

Em curto prazo, e sempre, temos que colocar nessas decisões da ANS as nossas necessidades, fazer a defesa contínua da categoria, e transformar as conquistas em resultados concretos.

Vivemos momentos de lutas, contudo, nunca obtivemos tantas vitórias quanto agora. Temos que apoiar nossas entidades de representação de classe. Em especial, a Federação Nacional dos Odontologistas (FNO), tem adotado um tom de negociação e conciliação, sem, no entanto, perder o perfil de entidade de luta. Estamos conquistando espaços, ascendendo a níveis de representatividade expressivos, e nunca imaginados. Porém a NOSSA entidade precisa de cada Dentista, nos cantos mais longínquos, pois é aí onde se encontra o cerne de nossas lutas. Temos por obrigação, fazer uma odontologia melhor, mas a maioria ainda pensa que não tem como ajudar. Este é o maior dos enganos, e só serve aqueles que querem deixar a NOSSA Odontologia nesse estado doentio.